sábado, 28 de março de 2015

Entre nós,



Todos fomos machucados na vida. Todos fomos rejeitados por um amante, traídos por um amigo, passados para trás numa promoção. Apesar de aprendermos que "perdoar é esquecer" ("o que passou, passou"), a maioria de nós acredita que as pessoas que nos feriram devem pagar pela dor que nos causaram; afinal, elas merecem ser castigadas, mesmo que inconscientemente ("nada como um dia atrás do outro" ou "um dia a pessoa vai ver o que perdeu").Não se trata de esquecer a maldade alheia ou minimizar o próprio sofrimento. Para ser capaz de um perdão verdadeiro e sadio basta entender que ele traz muito mais benefícios do que o rancor.Na verdade, temos muito o que aprender com essas experiências. Em primeiro lugar, perdoar não é retaliar, se vingar ou fazer o outro sofrer tanto quanto nos fez sofrer. Mas, por outro lado, perdoar não é esquecer, deixar para trás quilômetros de mágoa, toneladas de ressentimentos ou ainda fechar os olhos e deixar os "bandidos" se darem bem com as trapaças que cometeram.Mas será que os benefícios (iludidos) de não perdoar valem o preço que pagamos por armazenar essas mágoas, remoer esses sentimentos e nos agarrarmos com unhas e dentes à dor do passado? Será que vale a pena continuarmos alimentando a raiva, revidando com palavras ou com silêncio e assim nunca sentirmos o verdadeiro prazer de viver?O perdão se torna uma possibilidade quando a dor do passado para de reger nossas vidas; quando não precisarmos mais do ódio e do ressentimento como desculpas para obter menos da vida, do que queremos ou merecemos. Perdoar é chegar à conclusão de que já odiamos bastante e não queremos mais odiar; portanto, perdoar é usar a energia da vida, não para reprimir esses sentimentos, mas para quebrar o ciclo da dor se voltando para o futuro e não machucando outras pessoas como fomos machucados.

Por: Josy Luz

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